Desde o início, o banda norte-americana Stone Temple Pilots chamou atenção não só pela sua sonoridade única – que mesclava grunge, hard rock e psicodelia com maestria -, mas também pela intensidade de suas performances e pelas histórias turbulentas que marcaram sua trajetória.
O que tornou os STP especiais foi justamente essa capacidade de transitar entre diferentes vertentes do rock ao mesmo tempo em que mantinham uma identidade própria e inconfundível. Enquanto muitas bandas da época se limitavam a um único estilo, os Stone Temple Pilots ousaram experimentar, fazendo com que cada álbum trouxesse uma nova faceta do grupo sem perder a essência.
Além disso, sua música não apenas conquistou as paradas de sucesso, como também resistiu ao teste do tempo, influenciando gerações posteriores de músicos. Por tudo isso, mais do que uma simples banda dos anos 90, os Stone Temple Pilots se tornaram um verdadeiro ícone do rock alternativo.
A origem e formação dos Stone Temple Pilots
Formada em San Diego, Califórnia, no final da década de 1980, a banda inicialmente atendia pelo nome Mighty Joe Young. Posteriormente, após questões legais, adotaram o nome Stone Temple Pilots (STP), inspirado na marca de óleo de motor STP, porém com novo significado e identidade visual.
Os membros fundadores foram:
- Scott Weiland (vocal)
- Dean DeLeo (guitarra)
- Robert DeLeo (baixo)
- Eric Kretz (bateria)
Desde o início, a química entre eles era evidente — principalmente entre os irmãos DeLeo e o carismático (e problemático) vocalista Scott Weiland.
O sucesso explosivo nos anos 90
Logo em 1992, o disco de estreia “Core” chegou como um verdadeiro terremoto no cenário do rock. Naquele momento, em pleno auge do grunge, a banda foi constantemente comparada a grupos como Pearl Jam e Alice in Chains, porém, em pouco tempo, não só provou sua própria identidade como também conquistou seu espaço com um som único.
Graças a hits icônicos como “Plush”, “Sex Type Thing” e “Creep”, o álbum vendeu milhões de cópias e, como resultado, alavancou os STP para o topo das paradas norte-americanas. Além disso, transformou-se em um marco do rock alternativo da década.
Embora a crítica inicialmente fosse reticente, aos poucos acabou se rendendo ao talento inegável do grupo. Principalmente porque o vocal emotivo de Weiland, juntamente com os riffs marcantes de Dean DeLeo, criaram uma assinatura sonora não apenas pesada e melódica, mas sobretudo introspectiva, o que solidificou seu lugar na história do gênero.
A evolução musical: disco após disco
A sequência de álbuns mostrou claramente a versatilidade da banda:
Core (1992)
O disco que deu início à carreira meteórica da banda. Com peso e introspecção, vendeu mais de 8 milhões de cópias.
Faixas icônicas: “Plush”, “Creep”, “Sex Type Thing”
Purple (1994)
Sucesso absoluto de crítica e público. Mistura de grunge com psicodelia e rock clássico.
Faixas icônicas: “Interstate Love Song”, “Vasoline”, “Big Empty”
Tiny Music… (1996)
Mais experimental e ousado, com toques de jazz, glam e bossa nova.
Faixas icônicas: “Trippin’ on a Hole in a Paper Heart”, “Lady Picture Show”
No. 4 (1999)
Retorno às raízes com pegada mais direta e som cru.
Faixas icônicas: “Sour Girl”, “Down”
Shangri-La Dee Da (2001)
Um álbum introspectivo, que mostra maturidade na composição.
Faixas icônicas: “Days of the Week”, “Hollywood Bitch”
Stone Temple Pilots (2010)
Último álbum com Scott Weiland. Moderno, mas com a alma da banda.
Faixas icônicas: “Between the Lines”, “Take a Load Off”
Stone Temple Pilots (2018)
Primeiro com Jeff Gutt. Respeita o legado e mostra que a banda ainda tem muito a dizer.
Faixas icônicas: “Meadow”, “The Art of Letting Go”
Perdida (2020)
Um álbum acústico, emocional e delicado.
Faixas icônicas: “Fare Thee Well”, “Three Wishes”
As turbulências e a perda de Scott Weiland
Sem dúvida, Scott Weiland foi um dos grandes frontmen de sua geração. No entanto, suas batalhas contra o vício não apenas levaram a afastamentos da banda, mas também resultaram em sérios problemas legais ao longo dos anos.
Em 2013, a situação atingiu seu ápice quando a banda anunciou sua separação oficial com Weiland. Pouco tempo depois, Chester Bennington (Linkin Park) assumiu temporariamente o vocal, entretanto, o projeto foi breve devido a conflitos de agenda e diferenças criativas.
Tragicamente, em dezembro de 2015, Scott Weiland faleceu por overdose. Como consequência imediata, sua morte impactou profundamente os fãs e, além disso, deixou um vazio permanente no cenário do rock alternativo. Por fim, seu legado permanece vivo através de suas performances icônicas e contribuições musicais inigualáveis.
A nova fase com Jeff Gutt
Após um período conturbado, os STP encontraram em Jeff Gutt um novo vocalista. Com ele, a banda lançou dois álbuns que mantiveram a essência do som clássico, mas com uma abordagem renovada.
Stone Temple Pilots no Brasil: um retorno aguardado
Os fãs brasileiros sempre apoiaram a banda e, em 2025, os STP retornam como headliners do Porão do Rock 2025. Entre os clássicos que devem tocar, destacam-se:
- “Plush”
- “Interstate Love Song”
- “Big Empty”
Para os fãs antigos, será nostálgico; já para os novos, uma chance única.
O legado eterno dos STP
Por fim, poucas bandas se reinventaram como os STP. Eles não apenas sobreviveram a crises, mas também se mantiveram relevantes. Em resumo, são um símbolo de resistência criativa no rock.