A marca deixada pela discografia do Nirvana
A discografia do Nirvana é uma das mais emblemáticas da história do rock. Embora a banda tenha tido uma carreira curta, entre 1987 e 1994, ela transformou a cena musical com sua sonoridade crua, letras intensas e atitude anticomercial. Além disso, seus álbuns não apenas definiram o grunge, mas também inspiraram gerações e continuam sendo cultuados por fãs e críticos.
Neste texto, apresentamos uma análise detalhada de todos os álbuns da banda, explorando desde as primeiras gravações até os lançamentos póstumos. Por isso, prepare-se para mergulhar em uma obra curta, porém inesquecível.
Bleach (1989): O primeiro grito do underground
Lançado pela Sub Pop em 1989, Bleach é o retrato do Nirvana antes da fama. Apesar de ter sido gravado com apenas 600 dólares, o álbum traz influências marcantes do punk, do heavy metal e do underground americano. Por exemplo, faixas como “Love Buzz”, “About a Girl” e “Negative Creep” mostram a energia bruta da banda. Embora não tenha tido impacto comercial imediato, ganhou notoriedade após o sucesso de Nevermind.
Curiosamente, Krist Novoselic quase deixou a banda durante as gravações. Segundo Cobain, o álbum deveria soar como “Black Sabbath punk rock”. Além do mais, Bleach abriu caminho para o grunge se expandir além de Seattle.
- Produção: Jack Endino
- Curiosidade: Krist Novoselic quase deixou a banda durante a gravação
- Palavras de Cobain: “Era para soar como o Black Sabbath punk rock”
Além disso, o álbum abriu portas para o grunge se espalhar além de Seattle.
Nevermind (1991): A explosão global
Com Dave Grohl na bateria, o Nirvana atingiu sua formação clássica. Assim, Nevermind, lançado pela DGC Records, tornou-se um fenômeno cultural. De fato, seu impacto foi tão grande que chegou a superar artistas como Michael Jackson nas paradas.
Graças a singles como “Smells Like Teen Spirit”, “Come as You Are” e “Lithium”, o disco capturou a angústia de uma geração. Além disso, a produção limpa de Butch Vig ajudou a tornar o som mais acessível sem perder a essência. Como resultado, vendeu mais de 30 milhões de cópias e é considerado um marco dos anos 1990.
- Vendas: Mais de 30 milhões de cópias
- Impacto: Considerado o marco inicial da década de 1990 no rock
- Legado: Inúmeros covers, homenagens e listas de “melhores álbuns de todos os tempos”
Não por acaso, Nevermind tornou-se símbolo da virada de década no rock.
Incesticide (1992): Compilação de raridades com identidade
Lançado entre Nevermind e In Utero, Incesticide é uma coletânea de lados B, demos e gravações de rádio. No entanto, longe de ser apenas um disco de “sobras”, ele revela o Nirvana em seu lado mais experimental. Por exemplo, músicas como “Aneurysm”, “Dive” e “Sliver” mostram sua versatilidade. Ademais, o álbum reflete temas caros a Cobain, como infância e questões sociais.
- Lançamento: Dezembro de 1992
- Curiosidade: Cobain escolheu pessoalmente a arte da capa
- Destaque: “Been a Son”, considerada uma das melhores músicas do grupo
Nesse contexto, Incesticide ajuda a entender o lado mais cru e politizado do Nirvana.
In Utero (1993): A recusa ao sistema
In Utero foi uma resposta direta ao sucesso de Nevermind. Com produção de Steve Albini, o álbum soa mais cru e desafiador. Por um lado, faixas como “Scentless Apprentice” e “Milk It” rejeitam o mainstream. Por outro, “Heart-Shaped Box” e “All Apologies” mantêm o lirismo característico de Cobain. Apesar das pressões da gravadora, a banda manteve sua integridade artística.
- Lançamento: Setembro de 1993
- Controvérsia: A gravadora queria remixar o disco para torná-lo mais “ouvinte-friendly”
- Resultado: Aclamado pela crítica e pelos fãs mais fiéis
Apesar das pressões, a banda manteve sua integridade artística e sonora.
MTV Unplugged in New York (1994): A intimidade exposta
Gravado em 1993 e lançado após a morte de Cobain, o MTV Unplugged tornou-se um testamento emocional. Diferentemente de outros acústicos, o Nirvana optou por covers e faixas obscuras. Desde músicas do Meat Puppets até David Bowie, o repertório revelou influências profundas. Portanto, mais que um álbum ao vivo, é uma despedida.
- Lançamento: Novembro de 1994
- Emoção: Cobain parecia pressentir seu fim
- Legado: Um dos acústicos mais icônicos da história da música
Portanto, esse disco é mais do que um álbum ao vivo; é uma despedida.
From the Muddy Banks of the Wishkah (1996): A fúria ao vivo
Este álbum ao vivo reúne gravações entre 1989 e 1994, mostrando a intensidade dos shows do Nirvana. É o oposto do Unplugged: aqui, o som é sujo, agressivo e catártico.
Em From the Muddy Banks of the Wishka, temos faixas como “School”, “Drain You” e “Tourette’s” ganham força máxima no palco. É um lembrete do poder da banda em sua forma mais crua.
- Produção: Krist Novoselic e Dave Grohl
- Destaque: Versões explosivas e sem filtros
- Curiosidade: O nome vem de um trecho da letra de “Sliver”
Com isso, o disco celebra o Nirvana em seu estado mais visceral.
Nirvana (2002): Uma coletânea para relembrar
Esta compilação oficial traz sucessos e a inédita “You Know You’re Right”, última gravação da banda antes da morte de Cobain. O álbum Nirvana é voltado para quem quer uma visão geral da trajetória do Nirvana.
- Lançamento: Outubro de 2002
- Destaque: “You Know You’re Right”, gravada em 1994
- Propósito: Introduzir novos ouvintes à obra da banda
Mesmo sendo uma coletânea, o disco possui forte valor emocional e histórico.
Outros lançamentos e box sets
Além dos álbuns principais, a discografia do Nirvana inclui:
- With the Lights Out (2004): box com demos e takes inéditos
- Sliver: The Best of the Box (2005): versão condensada do box
- Live at Reading (2009): performance histórica no festival Reading
- Live at the Paramount (2011): único show gravado em película 16mm
- MTV Unplugged in New York – Edição Deluxe (2019): com músicas extras da gravação
- In Utero 30th Anniversary (2023): relançamento com versões ao vivo e mixagens alternativas
Portanto, há muito o que explorar além dos discos mais conhecidos.
Poucos álbuns, um impacto eterno
Em resumo, a discografia do Nirvana prova que qualidade supera quantidade. Embora tenham apenas três álbuns de estúdio, cada um tem peso histórico único. Por isso, revisitar sua obra é entender não só o rock dos anos 90, mas também a voz de uma geração.
Cada álbum tem seu próprio peso artístico, sua história e seu impacto. Revisitar essa obra é entender a evolução do rock dos anos 90 e o grito de uma juventude que encontrou em Kurt Cobain sua voz.
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